Nãna era uma guerreira, daquelas mulheres que estão prontas para tudo.
No mundo há mulheres de vários tipos e de várias personalidades: batalhadoras, medrosas, extrovertidas, tímidas, sinceras, explosivas, calmas, enfim, com uma infinidade de jeitos.

Algumas falam muito, outras pouco. Umas mostram mais seus sentimentos, outras são como rochas. Mas, todas elas são inundadas de hormônios que correm dentro de seus corpos e lhes alteram humores, calores, dores e amores.

Onde trabalhava, Nãna era tida como excelente profissional, mas em alguns dias do mês, pessoas achavam que ela começava com um certo mimimi.

Explico: ela reclamava de cólicas, dores fortes, sua pressão baixava, ela tinha ânsias de vômito e trabalhar virava um fardo, pois seu corpo não lhe ajudava muito, nem tampouco os remédios.

Ao longo dos anos, tentara engravidar e nada. Seu casamento balançava, pois eram dores, mau humor e medos. Isso não era constante, mas já não lhe fazia bem há tempos.

Depois de muito relutar, resolveu procurar um médico ginecologista. Fez alguns exames e ficou constatado que estava com endometriose. Esta enfermidade vem acometendo milhares de pessoas no Brasil e no mundo.

Ainda não se sabe a causa exata dela, embora saiba-se como ela funciona. Fato é que muitas têm vergonha de comunicar que têm esta doença, pois a primeira frase que ouvem é: então você não pode ser mãe? Mas, ser mãe é apenas um dos problemas, afinal, mulheres são mulheres independentemente de gerarem filhos. A grande questão é se livrar das dores; do medo de a doença se alastrar sempre; da retirada de órgãos e de tudo que isso implica.

Mulheres que sofrem dessa doença têm oscilações de humor, pois as dores realmente debilitam sua rotina. Muitos acham que isso acontece apenas em períodos de menstruação, mas não é verdade. Há quem tenha dores para evacuar; para ter relações; dores em qualquer período do dia ou da noite.

Idas a hospitais e clínicas médicas, além de remédios, podem passar a ser uma constante na vida dessas mulheres e não, não é mimimi!!!!

Então, como sempre gosto de falar em comunicação e nas relações humanas, converse com pessoas próximas a você e se informe sobre este tema. Talvez você conheça alguém que nem imagina que tem esse problema e, quanto antes ele for diagnosticado e tratado, menores podem ser as chances de necessitar de medidas mais drásticas.

E para aqueles que acham que muitas mulheres fazem corpo mole ou reclamações desmedidas, saibam que isso é um assunto sério, e penoso. Espero, sinceramente, que essa doença consiga ser melhor compreendida, tanto em relação às que sofrem desse mal e são julgadas, como por pesquisadores para que achem a cura.

Quando meu segundo filho nasceu (o 1o foi uma linda menina), eu aprendi uma lição importante e poderosa sobre o amor
Luciana Salgado
Luciana Salgado
Luciana Salgado é formada em Comunicação, Direito e possui MBA em Gestão Estratégica de Empresas. Atua há mais de 20 anos no mercado empresarial treinando equipes, ministrando palestras e realizando workshops. Defende a ideia de que a comunicação eficaz é a base para o sucesso das relações humanas bem como para a melhoria na produtividade empresarial e pessoal. Amante de pessoas, animais e de um planeta sustentável, pauta suas reflexões na análise comportamental dos seres humanos a da própria natureza, que entende ser uma eterna professora.   Coluna: Conexão Humana - versa sobre a forma como as pessoas utilizam a comunicação para viverem e obterem resultados, dentro e fora do ambiente de trabalho   Periodicidade: quinzenal Mais informações: https://www.linkedin.com/in/luciana-salgado-3b750a84/
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