O excelente desempenho brasileiro no agronegócio, suas exportações e a posição de primazia do Brasil em diversos segmentos é de conhecimento geral. Os recordes batidos ano após ano são resultados de uma série de fatores, desde o aumento da produtividade nos campos de nosso país até a conjuntura internacional e o aumento nos preços de commodities mas, nesta equação merecem destaque tanto a excelência da Embrapa como também a participação, cada vez mais presente, dos chamados “AgroSoftwares”.

A supersafra de soja deste ano, assim como o  recente estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Alimentação (MAPA), com projeções para os próximos 10 anos, mostram que as áreas plantadas devem crescer 10 milhões de hectares concentrados na soja, cana de açúcar e milho, e, mesmo as lavouras que não devem ter suas áreas expandidas, como café e, para o mercado interno, arroz e feijão, devem crescer muito em produtividade, contarão com o apoio das tecnologias, tanto agrícolas como de TICs, para fazer frente a este crescimento expandindo também sua lucratividade.

O AgroSoftware no Brasil vem crescendo sistematicamente desde o começo dos anos 2000, embora ainda represente apenas 2.0% do montante dos negócios de Software no País. São cerca de 200 empresas oferecendo soluções de Software para o Agronegócio, a maioria bastante especializada em sua oferta, embora haja mais de 400 diferentes tipos de software cobrindo uma imensa gama dentro do agronegócio, desde florestas, passando pelas diversas demandas na fazenda até os superespecializados na gestão da linha de frente dos negócios, onde risco e resultados comandam as operações.

A nova geração no comando das unidades agro no Brasil vem compreendendo cada vez mais a importância das tecnologias especializadas, que aliadas aos ERPs que a maioria já utiliza, traz a necessária melhoria tanto na gestão financeira como no chão da fazenda.

Uma rápida análise no mercado internacional mostra que no AgroSoftware temos soluções especialistas que poderiam muito bem ser customizadas para o mercado internacional, muitas delas sem concorrência. No entanto, apoiar a competitividade relevante do País nesta área parece ainda motivar a maioria dos produtores de AgroSoftware, dedicando mais e mais suas soluções ao apoio à excelência deste segmento, relevante para nossa balança de pagamentos.

Numa próxima edição vamos focar na Internet das Coisas (IoT), que toma impulso no campo, estimulando ainda mais o setor para o uso das tecnologias da Informação e Comunicação. O Agronegócio deve estar no foco do produtor de software no Brasil.

A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software.

Vanda Scartezini
Vanda Scartezini
Engenheira Eletrônica com diversas especializações. É sócia de duas empresas de Consultoria em TICs, Internet e Propriedade Intelectual, além de presidente do Conselho de uma fundação de P&D e membro de outros conselhos. Nos últimos 35 anos ocupou cargos de alto nível tanto no setor privado como público. Recebeu diversos prêmios e honrarias e tem várias publicações. É diretora da ABES. Mais informações: https://www.linkedin.com/in/vandascartezini/?ppe=1
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