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Por Flávio Ítavo, executivo especialista em recuperação de companhias

 
É possível apontar alguns motivos básicos pelos quais as empresas quebram. Tudo começa com a dificuldade de planejar e controlar o fluxo de caixa, mas não para por aí, é preciso maturidade para estabelecer e manter limites. Uma boa parcela dos empreendedores faz algum tipo de planejamento, geralmente relacionado aos resultados que se espera deste empreendimento, mas não projeta o fluxo de caixa, tornando difícil prever quanto investimento será necessário para o capital de giro. E as dificuldades não param por aí. Por isso, listamos os 5 principais motivos pelos quais as empresas quebram:
 
1. Dificuldade em planejar e controlar o fluxo de caixa: o grande problema é que as vendas são feitas hoje, e os recebimentos, em sua maior parte, executados depois. Quanto mais você vende, mais cede crédito e, nesse meio tempo, pode ficar inadimplente e com dificuldades de se reequilibrar: bancos são relutantes em emprestar dinheiro para quem tem problemas de capital de giro. Costumam gostar muito de emprestar para quem não precisa de dinheiro, mas não gostam de emprestar para quem está em dificuldades.
 
2. Desconhecer seus custos: as empresas costumam responder à pergunta "qual é o seu custo por produto?" com uma resposta do tipo "em média 50% o valor de venda". Isso significa que o cliente não sabe o quanto custa cada produto que ele vende, algo inadmissível em tempos nos quais sistemas simples realizam esse cálculo de forma rápida e razoavelmente adequada.
 
3. Desconhecer os limites de sua estrutura de capital: mais da metade das empresas com as quais trabalho enfrentam problemas no crescimento agressivo. É aquela venda gigante, oferecida pela cadeia de atacadistas, para ser fechada amanhã, que costuma gerar os problemas mais graves.Crescer requer capital de giro, investir também e desfazer investimentos mal feitos queima capital. Tudo está atrelado a quanto capital se tem acesso. Não obrigatoriamente o seu, mas também aquele que pode ser emprestado.
 
4. Não proteger o faturamento: o termo "proteger" neste caso serve para volume e preço. As empresas apostam muito no desconto e nas liquidações para aumentar faturamento e esquecem o quanto afetam, com isso, a percepção de valor do produto, que pode demorar anos para voltar a ser vendido em mesma escala pelo preço convencional. O comercial é o coração da empresa e a maioria acaba morrendo por falta de posicionamento comercial adequado.
 
5. Não seguir, ou não ter, seu planejamento estratégico: se você determinou uma certa estratégia para seu negócio, testou a dita cuja, montou um plano estratégico que faz sentido, siga-o. Não tente na primeira dificuldade alterar o plano. Este negócio de mudar de direção à medida em que o vento muda é bom para corrida de veleiros. Em todo o resto não faz tanto sentido. É obvio que você não precisa cimentar seus pés no pilar da ponte Rio Niterói, mas tente manter o rumo aproado.
 
*Flávio Ítavo, executivo com experiência em empresas grande porte de diferentes segmentos. Especializou-se na recuperação de companhias e no redirecionamento para alavancar vendas e resultados.

 

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