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31/072014

Por Jorge Sukarie Neto, presidente da ABES
 

Estudo recém-lançado pela BSA – The Software Alliance mostrou o panorama mundial da pirataria de software. Os dados revelam os avanços do Brasil para combater essa prática, além de mostrar como o país está respeitando os direitos da propriedade intelectual e prezando pela concorrência leal.

A pesquisa indica que o Brasil reduziu em três pontos percentuais o índice de pirataria de software, de 53% para 50%. Embora, o decréscimo não tenha sido tão alto, tal resultado é muito representativo para um mercado emergente que operava na década de 1980 com uma taxa de mais de 90%. Além disso, somos o país da América Latina com o menor percentual de pirataria.
 
A redução desses três pontos revela que as ações educativas, como as que a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) desenvolve, são importantes para conscientizar os empresários sobre os prejuízos da pirataria na economia e para as companhias. Em 2013, a associação lançou a iniciativa Empreendedor Legal para orientar e trazer dados que mostram os benefícios de usar programas de computador originais para tornar o Brasil mais competitivo e combater a concorrência desleal no setor.
 
De acordo com o estudo, as ameaças de segurança provenientes de “malwares” (softwares maliciosos) em programas não licenciados foi uma das principais preocupações apontadas pelos gerentes de TI. Quando questionados sobre a motivação para utilizar software legalizado, a perda de dados foi considera o principal motivador, com 59%, seguida da violação dos dados (50%), tempo e custo de desinfecção (39%) e perda de informações proprietárias (38%). Apesar disso, apenas 35% das empresas, segundo os gerentes de TI entrevistados, possuem uma política escrita que determina o uso de software licenciado nas empresas.
 
Essa realidade também é vista no cenário nacional. Por essa razão, a ABES lança nesse semestre um Manual de Gestão dos Ativos de Software, direcionado aos CIO’s, empresários e profissionais que atuam na área de TI. O documento traz a importância de se adotar uma política de gestão de software nas companhias a fim de evitar prejuízos futuros, seja na ordem financeira, de imagem ou jurídica, além de oferecer um passo a passo para desenvolver uma gestão de ativos na companhia.
 
Atualmente, estão disponíveis no mercado várias modalidade de licenciamento de software que atendem a realidade de cada tipo de companhia. Um exemplo disso é a oferta de software como serviço na nuvem, que tem reduzido significativamente os custos das empresas com a compra de licenças com a flexibilidade no uso e no formato de pagamento. As diversas ofertas e modelos de comercialização aliados ao fato dos executivos estarem mais conscientes sobre os riscos provocados pela pirataria e a fragilidade na segurança dos dados são fatores que têm contribuído para a redução da pirataria no Brasil. Diante dessa realidade, o que se espera são percentuais cada vez mais baixos dentro dos próximos anos.
 
*Jorge Sukarie Neto é Presidente da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software e membro da entidade desde 1989. Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas em 1986, e Pós-Graduado pela mesma instituição, em 1987, com ênfase em Finanças e Marketing. Curso de Especialização em Gerenciamento de Empresas feito na Harvard Business School em Boston (USA). Sukarie também é Sócio fundador e Presidente da Brasoftware Informática Ltda. 

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