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A delegação brasileira que participou da reunião da Comissão de Estudos sobre IoT and Smart Cities, promovida entre os dias 6 e 16 de maio de 2018 pela UIT – União Internacional de Telecomunicações, a agência especializada das Nações Unidas para as tecnologias de informação e comunicação (TICs), contou com a participação de Tiago Barros, engenheiro-chefe da área de Internet das Coisas do CESAR – Instituto de Inovação, que vem pesquisando estas tecnologias desde 2014 e se posicionando como uma referência internacional no assunto.
 
Ao lado de Werter Padilha, coordenador do Comitê de IoT da ABES, de João Alexandre Zanon e Rodrigo Santana dos Santos, ambos da Anatel, Tiago foi responsável por apresentar a proposta brasileira de arquitetura para dispositivos de Internet das Coisas neste importante fórum global de normatização e padronização em TICs, sugerida pelo CESAR ao governo brasileiro.
 
“O CESAR participa do CBC 3 (Comissão Brasileira de Comunicações – Normatização de Telecomunicações) e nós trabalhamos, junto com a Anatel, para apresentar à UIT uma proposta de recomendação de arquitetura para dispositivos de Internet das Coisas. Fiquei muito feliz em ver que a contribuição foi muito bem recebida e elogiada pelos participantes da Comissão por ser um estudo completo, conciso e claro”, destacou Barros.
 
Com recomendações para resolver um desafio central do ecossistema de IOT: os padrões fundamentais para se conectar coisas às plataformas que são muito diferentes entre si. “As necessidades técnicas para se conectar uma lâmpada são muito menores em comparação com as particularidades de conexão de uma TV ou de um carro, por exemplo”, esclareceu o pesquisador. Por isso, a proposta traz critérios para a classificação dos dispositivos e, a partir desta classificação, apresenta recomendações para a arquitetura de uma plataforma de IoT.
 
Os passos da avaliação
 
O documento “Um modelo de referência arquitetural para dispositivos de Internet das Coisas” passou por várias etapas de avaliação nos grupos que compõem a Comissão de Estudos sobre IoT and Smart Cities da UIT, até ser levado para a reunião plenária e ser considerado como um item de trabalho. A proposta, agora, será amadurecida com os membros da UIT até a aprovação prevista para final de 2019. Após aprovação da recomendação, esta será avaliada por cerca de 190 países-membros da UIT, que têm o prazo de um ano para avaliarem e se manifestarem, caso não queiram aderir individualmente às recomendações e padrões.
 
Barros avaliou que as recomendações brasileiras foram bem recebidas, porque estão fortemente alinhadas com a forma como os outros países e entidades já projetavam dispositivos para internet das coisas e proporciona parâmetros consistentes. “No Cairo, recebemos contribuições de outros países, da GSMA e da IETF (Internet Engineering Task Force), órgão responsável pelo desenvolvimento tecnológico da internet, a migração do IPv4 para IPv6. Todo o fluxo de validação do documento é baseado em uma abordagem muito diplomática, de aproximação de interesses e cooperação.  Para mim, foi um importante aprendizado participar desta reunião”, finaliza.
 
Responsável pela delegação brasileira no Cairo, coordenador de regulamentação da Anatel e membro da secretária executiva da CBC3 (Comissão Brasileira de Comunicações – Normatização de Telecomunicações), João Alexandre Zanon destaca a relevância das contribuições dos institutos de ciência e tecnologia, como o CESAR, das associações e empresas na construção das propostas e estudos que o Brasil leva para as reuniões da UIT e de outros organismos internacionais.
 
“O resultado deste diálogo entre governo, centros de pesquisa e mundo corporativo só fortalece a nossa atuação e colabora para o reconhecimento do país como importante player no mercado global de TIC, como comprovamos nesta reunião da UIT. Aproveito para lembrar que as Comissões Brasileiras de Comunicações são abertas à participação da sociedade em geral e novos participantes são sempre bem-vindos”, finaliza Zanon. 

 

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