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Apoiadora do Connected Smart Cities, realizado nos dias 04 e 05 de setembro de 2018, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, a ABES promoveu, como parte da programação oficial do evento, o Workshop Cidades Conectadas, na sala Villa Lobos, nesta quarta (04), que debateu riscos e segurança cibernética, proteção de dados, compliance, formas de fomentar e desenvolver as cidades e educação e empoderamento do cidadão das cidades inteligentes e conectadas.
 
“Educação e empoderamento do cidadão das cidades conectadas” foi o tema do quarto painel da tarde, que contou com a moderação de Andriei Guttierrez, Coordenador do Comitê Regulatório da ABES e do Movimento Brasil, País Digital, capitaneado pela associação. Ele destacou a importância de entender a cidade inteligente como uma cidade mais humana, mais transparente, na qual  as pessoas não devem ser dominadas pelo determinismo tecnológico.
 
Essa posição foi endossada por Ligia Zotini Mazurkiewicz, professora e fundadora da Voicers, que está engajada no ecossistema digital de inovação e educação, no qual se conecta com pessoas que fazem novas tecnologias para construir futuros mais humanos. A partir de conceitos da Singularity University, Ligia considera que vivemos um momento marcado pelos 4Ds: digitalização dos trabalhos, desmaterialização de muitos intermediários, democratização do acesso à informação e serviços e disrrupção em quase tudo sobre o qual erguemos nossas relações e atividades, um cenário absolutamente desafiante e que caracteriza a realidade das novas gerações.  
 
Contra o assédio virtual: Já Thiago Tavares, presidente da Safernet, agregou ao debate uma perspectiva mais prática, que é a necessidade de conscientizar as pessoas para uma navegação segura, preparando-as para os riscos do mundo virtual. A ONG mantém um canal de denúncias de casos de bullying e outros tipos de assédio, além de manter uma equipe de psicólogos para orientar quem esteja sofrendo de algum tipo de ameaça por meio de uma helpline, que garante anonimato. Outra frente de atuação da Safernet é a da Educação, com cursos e palestras que abordam a segurança na web, entre outras iniciativas. “Hoje, temos acompanhado os brinquedos que trazem IoT embarcado, pois existem casos no mundo que mostram que eles são vetores de ataques”, relatou Tavares.
 
Foco na sociedade: Em uma perspectiva mais crítica, Fabro Steibel, diretor executivo do ITS – Rio, considera que existe uma visão limitada do que faz uma cidade ser inteligente, que vivemos uma fase de fascínio pela sensorização, mas que precisamos gerar inovação, uni-la com o aspecto humano e promover um governo mais aberto. “As pessoas enxergam o governo como uma parede à sua frente, algo intransponível”, completou Fabro, ou seja, um obstáculo que não mantém o diálogo, que dificulta o acesso a serviços básicos.
 
Cidadania e engajamento: Gustavo Maia, um dos sócios do Colab, trouxe para o debate exemplos bem-sucedidos de uso de plataformas e aplicativos voltados à cidadania, possibilitando a realização de programas de governo mais colaborativos e o engajamento dos cidadãos. “Estimulamos a gestão colaborativa, que inclui desde recebimento das reclamações dos moradores de um município, passando por consultas públicas promovidas pelos administradores. Os dados têm tratamento, acompanhamento das demandas e métricas para avaliação”, explica Gustavo. O Colab tem projetos em Niterói (RJ), Santos (SP), Teresina (PI), entre dezenas de outras localidades, e foi considerado pela ONU um dos 5 melhores aplicativos de governo e participação popular em 2013. 
 
Tecnologia para a cidadania: Planejado para contribuir com a construção de cidades mais inteligentes, o AppCivico, representado no evento por Thiago Rondon, seu fundador e CEO, também possui bons exemplos de uso das tecnologias gerando impacto social positivo. É o caso da plataforma Voto Legal, utilizada pela primeira vez nas eleições de 2016, que permite aos políticos receberem doações em dinheiro ou trabalho voluntário para suas campanhas eleitorais, de acordo com as regras do TSE e com autenticação de dados baseada na tecnologia blockchain, agregando mais modernidade e lisura na captação de recursos. “Somos uma empresa de tecnologia e também prestamos serviços de consultoria, sendo que o governo quase sempre é uma das partes envolvidas em nossos projetos”, esclareceu Thiago.

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