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Eficiência energética, rapidez e agilidade na entrega de serviços ou produtos, numa economia de escala e digital, são os grandes elementos diferenciadores dos data centers do futuro. Essa é a avaliação do CEO da DatacenterDynamics para a Espanha e América Latina, José Luis Friebel, que diz ainda que “tudo parece indicar que já estamos indo em direção ao data center totalmente automatizado e definido por software”.

De acordo com Friebel, o Brasil representa praticamente a metade de todo o mercado de data center da América Latina (mais de 40% do total). Para debater o tema, o portal da ABES entrevistou o executivo por causa da realização do DatacenterDynamics Converged Brasil 2016, evento que acontece entre os dias 8 e 9 de novembro, em São Paulo. Acompanhe:
 
Quais são as principais inovações tecnológicas em data centers nos últimos anos?
Atravessamos um momento muito importante, onde tudo está mudando e em grande velocidade. IoT, Big Data, Smart Cities, e-commerce e Cloud Computing são, simultaneamente, o resultado e o motor da transformação digital a que assistimos na atualidade e, pelo momento, a comunidade de profissionais só tem uma certeza: a de que todas estas tendências confluem para a necessidade óbvia de mais capacidade de processamento de dados.
 
As ondas geradas pelo “tsunami” dos dados já estão deixando suas marcas por todo o Brasil e, em muitos casos, seus impactos já transformam completamente o perfil do ecossistema de TI brasileiro. Assim, não é de se estranhar que tecnologias como hiperconvergência, armazenamento Flash, SDN e NFV comecem a deixar suas marcas nos data centers a nível global. Na verdade, tudo parece indicar que já estamos de caminho ao data center totalmente automatizado e definido por software. Por outro lado, novos desenhos como os microdatacenters ou webscale, estão na ordem do dia. Finalmente, é claramente obrigatório mencionar o Cloud Computing, o grande facilitador da transformação digital nos dias de hoje, o movimento Open.
 
Quais os principais convidados e aspectos que serão discutidos no evento de 2016?
Para este ano, preparamos um programa de conferências que tem por objetivo conseguir um equilíbrio perfeito entre a participação de reputados especialistas internacionais e de cases de sucesso nacionais. O objetivo é que o nosso programa de conferências seja uma resposta clara, concisa e prática aos desafios a que se enfrentam os profissionais dos data centers brasileiros na atualidade. Destacamos a participação de Raj Vohra, Global Infrastructure, Google; de Harmail Chatha, Director, Global Data Center Operations, Groupon; ou dos cases de êxito de empresas como Sky, Exército Brasileiro, BRF Brasil e SABESP. Reuniremos mais de 90 palestrantes nacionais e internacionais. Serão dois dias de evento totalmente dedicados às melhores práticas nas áreas do desenho, construção, cloud, colocation, cabeamento, servidores, software e cibersegurança no data center.
 
 
Quantos data centers existem hoje, aproximadamente, no Brasil? Quais realizados nesses últimos anos?
 O Brasil representa praticamente a metade de todo o mercado de data center da América Latina (mais de 40% do total). Mesmo com os desafios políticos e econômicos vividos nos últimos dois anos, o país mostra sua resiliência com boas oportunidades de crescimento. Destaco principalmente as empresas prestadoras de serviços, como a Angola Cables, que está desenvolvendo um grande projeto em Fortaleza (CE) e que vai dar serviço ao cabo submarino Monet; a Ascenty, que tem investido fortemente no país, com previsão de cinco novos data centers até 2017; a Equinix, em forte expansão; a Odata, um novo player que entra no mercado com muitas expectativas; Google, SAP e Oracle, que também anunciaram projetos de data center no Brasil. Todas elas são uma amostra da fortaleza que um mercado com mais de 200 milhões de habitantes possui.
 
 
Tendo em vista a crescente adoção de cloud computing e SaaS, como as empresas do setor devem se preparar para atender a essa demanda?
O debate sobre qual a modalidade de nuvem com mais êxito já terminou. Ganhou a nuvem híbrida. A proposta multi-cloud, misturando Iaas/Paas (Infraestrutura como Serviço e Plataforma como Serviço, respectivamente), é a clara ganhadora. Na verdade, as vantagens desta proposta são bem óbvias. A implantação de diversas infraestruturas e plataformas de nuvem oferecem para as empresas uma grande flexibilidade, agilidade e facilidade na tomada de decisões. Mas tudo são só vantagens? É claro que não. Todo o processo de orquestração e gerenciamento multi-cloud, por exemplo, quase sempre é um problema para o departamento de TI. Sendo certo que o futuro para todos, ou para quase todos, vai ser multi-cloud, existem algumas perguntas que precisam de respostas. São elas: como os líderes de TI podem superar os desafios associados ao gerenciamento de workloads em um ambiente multi-cloud? Como assegurar um bom gerenciamento dos SLAs? Penso que o sucesso das empresas do setor está em sua capacidade para responder a estas questões. Finalmente, não devemos esquecer que, no Brasil, a preocupação com a segurança dos dados ainda é o grande entrave no processo de adoção do Cloud Computing. Assim, talvez não seja descabido pensar que, quanto mais tenha oferta de segurança, maior será seu sucesso.
 
 

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