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O Ipea fez uma análise preliminar dos principais resultados da última edição da Pesquisa de Inovação (PINTEC), realizada a cada dois anos, divulgada pelo IBGE. De acordo com a Nota Técnica Análise dos dados da PINTEC 2011, considerando apenas o setor industrial, após um crescimento sistemático da taxa de inovação nas quatro edições anteriores (31,52%, 33,27%, 33,36% e 38,11%), houve uma queda para 35,56% no período 2009-2011.
 
No que diz respeito aos indicadores de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), os dados apontam gastos que representam 0,59% do PIB. Para a diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação do Instituto, Fernanda De Negri, o resultado revela uma estagnação na comparação com 2008 (0,58%).
 
A paralização nos indicadores de inovação no Brasil, na avaliação da diretora, está relacionada, em grande parte, à crise internacional iniciada em 2008, mas também a uma conjuntura desfavorável e a características do próprio setor produtivo brasileiro. Destacam-se a estrutura produtiva especializada em segmentos de menor intensidade tecnológica, a baixa escala de produção das empresas brasileiras e a existência de poucas companhias de capital nacional em segmentos mais intensivos em tecnologia.
 
A nota destaca que setores intensivos em tecnologia estão perdendo espaço na estrutura produtiva do país. O esforço tecnológico aumentou nos últimos anos nos segmentos importantes da indústria, mas a participação deles na economia diminuiu. Isso explica porque o crescimento dos investimentos em P&D na indústria de transformação (de 0,75% do faturamento líquido, em 2008, para 0,83% em 2011) não se traduziu em ampliação na relação P&D/PIB.
 
A pesquisa do IBGE mostra ainda a carência de mão de obra qualificada na área de P&D. Segundo Fernanda, a situação atual reflete a falta, no passado, de políticas públicas de incentivo a formação de profissionais. Leia a Nota Técnica ‘Análise dos dados da PINTEC 2011’.

 

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