Compartilhe
Uma pesquisa coordenada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) sobre os desafios de adoção da manufatura aditiva no Brasil indicou os altos custos de implantação do processo e o fato de a tecnologia ainda não ter atingido uma produtividade e/ou uma qualidade final que faça concorrência às tecnologias já estabelecidas como os principais gargalos para a aplicação da tecnologia, também conhecida como impressão 3D.
 
Quarenta e uma entidades, com um total de 46 participantes, responderam ao questionário elaborado pelo Grupo de Estudos de Manufatura Aditiva do IPT, incluindo usuários, como Embraer, Mahle Metal Leve, Mercedes Benz e Petrobras, fornecedores de máquinas e de matérias-primas, prestadores de serviços e assessorias.
 
As principais dificuldades encontradas pelas empresas com práticas comerciais ou experimentais em andamento para a aplicação de manufatura aditiva foram maturidade tecnológica (53% de indicações dos participantes), custos (40%) e conhecimento da tecnologia (13%); para as empresas que estão estudando o processo, mas ainda não têm aplicações, os números coletados indicaram um empate, com 44% das respostas dadas mencionando tanto maturidade tecnológica quanto conhecimento da tecnologia.
 
“Chamou a atenção o fato de que tanto as empresas que já possuem aplicações comerciais ou experimentais, como as que estão estudando o processo, apontaram o nível de maturidade tecnológica como a maior barreira; em segundo lugar, vem o custo do processo, que pode ser dividido em custo de equipamento e custo de matéria-prima", destaca Daniel Leal Bayerlein, pesquisador do Laboratório de Processos Metalúrgicos do IPT.

 
Os resultados foram apresentados aos participantes em um encontro realizado no IPT. Rafael Boffo Mataran, analista de pré-planejamento na Mercedes-Benz do Brasil, explica que a montadora ainda enxerga no Brasil a falta de fabricantes locais de materiais e de máquinas, o que traz um custo maior de produção pelo fato de a empresa acabar dependendo da importação: “Tudo o que enfrentamos hoje para colocar peças seriadas no mercado com manufatura aditiva sempre acaba sendo barrado por conta do valor da produção final, como velocidade de impressão, custo dos materiais e investimentos em máquinas. Todos estes parâmetros acabam por impedir que a manufatura aditiva se expanda ainda mais no mercado nacional”.
 
Para saber mais sobre a pesquisa promovida pelo IPT e o evento, acesse aqui.

acesso rápido

pt_BRPT