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Quais as etapas e pilares para implementar este modelo de negócio?

 

A popularização da internet, o desenvolvimento da cloud computing, a necessidade de oferecer programas com preços mais atrativos e de combater a pirataria de software são alguns dos fatores que estimularam a criação de um novo modelo de negócio no setor de TI: o SaaS (software como serviço, em português).
 
Ao mesmo tempo que atrai o interesse de clientes corporativos e consumidores, entusiasmados em conhecer os benefícios deste tipo de serviço, a comercialização de programas via SaaS exige que as empresas de software promovam a transformação digital de seus próprios negócios. Mas, quais as etapas e pilares para implementar este modelo de negócio? Esta questão central foi discutida no evento promovido pela ABES, no dia 01 de setembro, em São Paulo, que contou com palestras que trataram dos aspectos técnicos e comerciais implicados quando se fala de SaaS.  
 

Lauro de Lauro, coordenador do comitê sobre SaaS da ABES, apresentou o resultado da pesquisa realizada pela associação em 2015, o primeiro estudo que avaliou o estágio deste novo modelo de negócio no setor de software brasileiro. “Concluímos que persiste um equívoco de conceito por parte dos empresários do setor, mas que existe uma preocupação em adotar esse modelo de negócio, fundamental para a sobrevivência das empresas de software num futuro próximo. Elas também precisam promover a transformação digital de seus negócios, fundamentada em dois pilares: mobilidade e cloud computing”, destacou o executivo. Acesse a apresentação da pesquisa.
 
Até mesmo a linguagem utilizada no desenvolvimento de um programa interfere na disponibilização do software na nuvem via Saas e, em alguns casos, exige que ele seja rescrito. Lauro apontou ainda que é fundamental prever que a aplicação vai rodar em um ambiente de caos, com problemas de acesso, de instabilidade de conexão, diferente do que acontece com os softwares hospedados em servidores nos clientes. “Temos, atualmente, empresas do setor que já começam no modelo de negócios SaaS, mas existem milhares de companhias que possuem um legado instalado e devem planejar a migração. Outro desafio é o de catequizar seus clientes, muitos deles receosos em expor seus dados na nuvem. São várias questões estratégicas que devem ser consideradas”, conclui Lauro.
 
Parceria tecnológica e consultoria 
 

Tamaris Parreira, Gerente de Alianças da AWS – Amazon Web Services, referência no mercado de serviços e infraestrutura de computação em nuvem, apresentou o Programa para Parcerias Tecnológicas, desenvolvido para que as empresas de software realizem a jornada para o modelo SaaS.
 
Qual é o seu mercado? Qual o padrão da oferta? Essas são algumas perguntas que, de acordo com a executiva, o empresário precisará responder. “Disponibilizamos consultoria, treinamento e recursos técnicos para que nossos parceiros escalem rapidamente e se tornem fornecedores globais de soluções, incluindo as práticas de arquitetura e segurança da AWS”, informou. Autodesk, Trend Micro, Senior, VTex, Genexus, Senior, Sky.One Cloud Solutions e Bematech são alguns dos parceiros globais e locais da AWS. Acesse a apresentação.
 
Redução de custos, maior satisfação do cliente, escalabilidade e consolidação de diferentes sistemas num único programa foram algumas das vantagens citadas por Ricardo Brandão, CEO da Sky.One Cloud Solutions, que apresentou sua experiência em consultoria para empresas de software no processo de transformação digital. “Orientamos em todas as etapas do caminho a ser percorrido, desde a prova de conceito e homologação, passando pelas fases de precificação e apoio em marketing e vendas, tendo em vista se a empresa é orientada para o mercado empresarial, de consumo ou ambos”, explicou. Confira aqui a apresentação.
 
Mauricio Kigiela, da Smartbill, falou sobre os tópicos de precificação e comercialização como parte do conceito da economia de recorrência, que transformou as relações comerciais – a compra do software é substituída pela assinatura de um serviço, pela qual se paga um valor mensal, normalmente.
 
Esse modelo de vendas pode, potencialmente, estimular fortemente o crescimento das empresas de software, entretanto implica em “mudanças na remuneração da equipe comercial, em revisão da precificação, na necessidade de estabelecer estratégias de retenção dos clientes e de ampliação do ciclo de vida do relacionamento comercial, de forma que o cliente assine novos serviços”, esclareceu o executivo. Veja mais na apresentação.
 
Próximos passos
 
“Tudo que discutimos representa um impulso para a adoção deste modelo de negócio e estabelecimento de parcerias tecnológicas. Foi uma manhã muito produtiva”, avaliou Gilberto Ribeiro dos Santos, sócio-diretor da Visão Digital.
 
José Antonio Maria Oliveira, diretor da Exceller, disse que as palestras contribuíram para apresentar conceitos e processos de SaaS. “Considero que este modelo ajudará a atingir meu objetivo que é o de popularizar a solução que comercializo”, destacou.
 

No encerramento do evento, Carlos Sacco, diretor de marketing da ABES, agradeceu a presença dos participantes e lembrou que o modelo de SaaS exige que as empresas de software se reinventem e que a associação planeja novas ações para manter a discussão sobre as melhores práticas de SaaS e apoiar os associados neste processo de transição.  

 

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