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Candidatos receberam propostas elaboradas pelo Think Tank Brasil 2022

Após a realização da 8ª edição da ABES SOFTWARE CONFERENCE, no dia 20 de agosto de 2018, em São Paulo, a ABES promoveu o Seminário Brasil 2022 – “Bicentenário da Independência: Independência (Digital) ou Morte (Competitiva)”, para o qual foram convidados todos os candidatos à Presidência da República, teriam 20 minutos para falarem dos seus planos de governo para a transformação digital. Compareceram ao seminário Henrique Meirelles (MDB), José Maria Eymael (DC), João Amoêdo (Novo) e Kátia Abreu (PDT – vice de Ciro Gomes). A iniciativa teve o apoio da ACATE, ASSESPRO, BRASSCOM, FENAINFO e SOFTEX.

No evento foi apresentado um estudo “O Brasil na era digital: uma contribuição do setor de software e tecnologia para a transformação digital do Brasil”, elaborado pelo Think Tank Brasil 2022, composto por alguns dos mais influentes nomes do setor de TI e executivos da ABES. O documento traz indicações de prioridades e políticas públicas, sugeridas para que o Brasil atinja sua “Independência Digital” já em 2022, ano que marca os 200 anos da Independência do país. Os candidatos receberam um exemplar do resumo executivo do estudo, assim como todas as pessoas que participaram da conferência e do seminário

Uma breve abertura foi realizada pelo Francisco Camargo, presidente da ABES, na qual ressaltou que a ruptura digital é muito grande. “O Brasil tem pressa. O país não pode ficar muito atrasado, pois ficaria difícil recuperar este atraso depois. Precisamos de planejamento, políticas públicas que sejam perenes e permanentes, que não sejam apenas de um governo, mas políticas de estado”, destacou.

Estudo e propostas

Vanda Scartezini, empreendedora, conselheira da ABES e coordenadora do Think Tank, foi responsável por discorrer sobre o estudo. “O que focamos em neste estudo multidisciplinar foram ações objetivas, viáveis de serem implementadas em uma gestão. Criamos quatro metas importantes e ainda uma proposta zero focada na necessidade de planejamento e coordenação”.

Em todas as propostas foram indicadas ações de curto prazo, que podem ser colocadas em prática no primeiro ano de governo, e as de médio prazo. A primeira versa sobre educação e capacitação; a segunda está direcionada à busca de segurança jurídica e simplificação; a terceira sobre fomento à inovação, atração de investimentos e fortalecimento das startups; e, como quarta proposta, o fortalecimento empresarial do setor de software e serviços, inclusive visando a internacionalização. Uma versão online em PDF do resumo executivo, com as principais ações, está disponível para download.

Metas dos futuros governos

Abaixo, destacamos os principais pontos apresentados pelos presidenciáveis no seminário, que deveriam responder, pelo menos, três perguntas enviadas previamente às equipes dos candidatos, com foco nos seguintes pilares: inovação, transformação digital e ambientes de negócios, considerados vitais para o setor de software e tecnologia.

José Maria Eymael (DC)
Para o candidato, é preciso ter uma verdadeira obsessão pelo desenvolvimento para fazer do Brasil uma nação potência, respeitada por todo mundo – uma estratégia que inclui a formulação de metas e o estabelecimento de indicadores. “Governar é ter foco, mas o pressuposto da transformação digital é a educação”. Ele destacou ainda a necessidade de planejamento, que deve ser uma marca da próxima gestão.
Henrique Meirelles (MDB)
O ex-ministro da Fazenda disse que criará um gabinete digital para tratar dos assuntos do governo federal. “A ideia do gabinete digital é exatamente olhar e definir iniciativas e normas para todo esse processo de digitalização do serviço público. E de políticas que facilitem a inovação e a criação”, disse. Ele também propõe a criação de um cartão eletrônico que facilitaria a marcação de consultas online no o SUS, além de possibilitar o armazenamento de todo o histórico do paciente. “O SUS é um dos maiores programas de saúde pública universal do mundo, mas nós vemos aí a tragédia. Pessoas doentes esperando na fila desde madrugada, problemas etc. Hoje, nós já temos tecnologia suficiente para resolver esse problema”.
 
João Amoêdo (Novo)
A liberdade econômica foi o primeiro ponto ressaltado pelo candidato, com medidas que reduzam a insegurança jurídica, a carga tributária e a dificuldade de abrir empresas. Transformar o governo realmente em um modelo digital, incluindo a identidade digital, além de buscar exemplos de sucesso de inovação em outros países, como Israel. Ajustar o currículo dos ensinos fundamental, médio e técnico, com disciplinas como programação e outras que ajudem a desenvolver a capacidade de resolução de problemas. “A cultura digital já existe no Brasil e a única forma da gente melhorar, é fazer mais com menos”, melhorando a eficiência da gestão do Governo, com a tecnologia perpassando todas as áreas, como segurança e saúde. O candidato defende a proposta de legislações mais simples, do ponto de vista tributário, fiscal e trabalhista.
Kátia Abreu (PDT)

A senadora candidata a vice-presidente de Ciro Gomes (PDT) ressaltou que o plano de governo do presidenciável prevê colocar a tecnologia como a base dos negócios e da educação. “É preciso acabar com o preconceito e reduzir a distância entre mercado, a academia e universidades pelo melhor do país”, afirmou. Kátia Abreu usou o exemplo do desenvolvimento do agronegócio por meio do investimento em pesquisa e tecnologia para demonstrar que é possível dar um grande salto rumo à economia digital no Brasil. Citou o exemplo das zonas econômicas especiais da China como um modelo interessante para o Brasil acelerar a transformação digital e a integração nas cadeias de valor mundiais.

Sobre o Think Tank Brasil 2022

Criado pela ABES, ele é formado por alguns dos mais influentes nomes do setor de TI: Dra. Deana Weikersheimer; professora da FGV e advogada com ampla atuação na área de software; Dra. Dorothea Werneck, ex-ministra da Indústria e Comércio e do Trabalho; Marcelo Pagotti, ex-secretário da SETIC no Ministério do Planejamento; Patricia Pessi, ex-diretora de Governo Eletrônico na SLTI (hoje SETIC) do Ministério de Planejamento; Rodolfo Fucher, ex-diretor de Políticas Públicas da Microsoft; e Vanda Scartezini, engenheira e conselheira da ABES, ex-Secretária de Política de Informática [SEPIN, atual SEPOD] do MCTIC e ex-secretária de Tecnologia Industrial [STI] do MDIC.

 

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